“LA
DA VENDA”
Proprietária:
Heloísa Bacellar.
Estabelecimento
localizado na Rua Harmonia nº 161 – Vila Madalena, muito bem situado, próximos
a bares, restaurantes, galerias, lojas de artesanato e ainda do “Beco do
Batman”.
Um
lugar aconchegante que pode ser chamado de armazém, restaurante, bar,
venda, loja de artesanato etc....
É
decorado com os próprios produtos de artesanato que estão à venda os quais
ficam espalhados por todo o espaço de forma natural. Esses objetos são muito
procurados por turistas como lembranças do local e da cidade de São Paulo.
É muito agradável. É comum as pessoas entrarem
e ficarem admirando as peças de artesanato espalhadas e somente depois de algum
tempo se dirigirem ao balcão ou a alguma mesa para sentar.
Trata-se
de um espaço muito bem dividido e decorado, é um ambiente alegre, colorido é
impossível você não ficar admirando toda aquela decoração.
Sua
culinária é especializada em produtos orgânicos com pratos simples, com sabor
caseiro, porém muito bem elaborado, tempero leve e muito saboroso.
É muito gostoso para tomar aquele café da tarde
a moda antiga, de coador de pano bem
pequeno que o próprio cliente prepara na sua mesa colocando o pó de café e a
água fervendo, sentido o aroma do café feito na hora. Pode ainda saborear bolos
caseiros, diversos doces e um pão de queijo para lá de especial.
A
maioria dos produtos comercializados na loja são preparados de forma artesanal
e especial para os admiradores e consumidores de produtos orgânicos e
sustentáveis.
Entrevista com HELOISA BACELLAR - Proprietária e criadora
do “La da Venda”
Como
surgiu a ideia de fazer o “La da venda”?
Helô:
sempre gostei das coisas simples, brasileira, rústica. Esse lado artesanal da
vida sempre me interessou. Quando criança frequentava a cidade de São Luís do
Paraitinga, casa dos avós e adorava andar a cavalo pela região e parava nas
antigas vendas para tomar tubaína e comer pão com mortadela, e aquele ambiente
me fascinava, achava lindo aquela decoração rústica com salames, linguiças e
queijos pendurados. E ali vendia um pouco de tudo desde um pregador de roupa
até farinha, frango, lascas de bacalhau, etc. Era um ponto de encontro das
pessoas, principalmente dos homens que ficavam ali horas 'jogando conversa fora’,
ou ainda jogando dominó e palitinho. Meu irmão sempre ia comigo e dizia: 'você
gosta tanto que um dia você vai ser dona de Venda'. De repente eu cresci com
essa ideia na cabeça e como sempre gostei de cozinhar, comecei com 6 anos de
idade, aprendi com bisavó, avó, e tive, inclusive, uma escola de culinária, eu
cozinhava muito e meus amigos perguntavam: Você
vai abrir um restaurante?, mas só um restaurante eu achava muito monótono,
não era o que eu queria, eu gosto de variedade, então pensei preciso fazer uma
coisa que me satisfaça pra valer. Foi aí que nasceu a ideia do “La da Venda”
porque juntava tudo, o meu carinho e amor pelas coisas rústicas e simples, a
comida que eu poderia ter um restaurante, um café, porque eu adoro pão, bolo e
sobremesa e seria um lugar muito alegre, muito colorido, cheio de coisa
pendurada, um lugar onde pode vender tudo, bacia, pano de prato, salame,
canequinha porque o interessante de uma venda é isso.
Então o
“La da Venda” sempre foi assim?
Helô: Sim,
ela foi criada dessa forma, é uma concepção 100% minha e é muito o meu jeito de
encarar a vida, simples, colorida e alegre, e o principal, um ponto de
encontro. Se você vai para fora do Brasil, na Europa, como Itália, França é
muito comum você entrar num café, sentar pedir um cafezinho e ficar horas
naquela mesa conversando com alguém ou sozinha e ficar lendo, estudando, eu
conheço gente que escreveu tese de mestrado inteira em uma mesa de um café.
Fora do Brasil já tinha essa cultura de você ir para um lugar e não ter a
necessidade de consumir uma coisa cara e o garçom ficar ali quase te expulsando.
Partindo do pressuposto das Vendas de antigamente e do meu jeito de ser eu
pensei “quero um lugar que as pessoas que vão lá vão se sentir tão à vontade,
tão em casa, que se quiserem passar a tarde inteira lendo um jornal, lendo um
livro, estudando, levando seu computador”. Eu queria um lugar onde as pessoas
pudessem ficar o tempo que quisesse, sem ninguém ficar te expulsando, por que
as vendas de antigamente era assim.
Porque
você resolveu abrir o “La da Venda” na Vila Madalena?
Helô: A
“Vila” eu acho que é a minha cara já que é mais alternativo. As pessoas tem um
perfil, por isso que eu fui abrir lá na ‘vila’, os frequentadores da ‘Vila’ tinha
mais possibilidades de entender esse meu negócio maluco, eu falei não tem nada
a ver com o público que frequenta a Oscar Freire, eu achei que a vila era esse ‘descontraído’,
a ‘ousadia’, o ‘diferente’, por isso que eu fui fazer lá. Eu acho que tem tudo
a ver com a Vila. A ‘Vila” hoje, eu não
sei te dizer um número preciso, mas eu posso te garantir que uns 30 % do
público, nos finais de semana, tranquilamente, são estrangeiros, e desses
estrangeiros os franceses são os primeiros o francês em primeiro, o alemão em
segundo, o americano em terceiro, e outros, mas desses 30% pode-se dizer que
10% é francês o resto é variado, então acho que isso é uma coisa muito
considerável. Esses estrangeiros não vem ao Brasil pra comprar na Burger King,
ou na Oscar Freire, eles podem até ir conhecer o Jardins, que tem um lugar
badalado, um restaurante, mas comprar? Ele vai na loja da havaiana ele não está
interessado em comprar na 'Dolce & Gabbana' porque isso ele tem fácil onde
mora. Ele vai para o Rio de Janeiro por belezas naturais, Salvador, Ouro Preto,
Amazonas, não tem nem o que dizer, agora São Paulo além de conhecer
restaurantes e etc, ele está atrás dessa coisa charmosa da cidade e isso está
onde? Na Vila, então é na Vila que eles encontram exatamente o que estão
procurando
Quem são
os frequentadores do “La da Venda”?
Helô:
durante a semana eu tenho dois tipos de frequentadores por exemplo, eu tenho na
hora do almoço a pessoa que trabalha na região não é só da Vila, mas Pinheiros
e região, e tem também um almoço muito feminino que as vezes é trabalho, uma reunião,
tem muita gente que vai fazer reunião lá, ou apenas encontro de amigas, uma
coisa descontraída. Tem também aqueles que trabalham em casa, no seu canto, com
seu computador e vai fazer reunião lá. Muitos estrangeiros que estão de férias
e estão passeando, então qualquer dia é dia. E ainda, eu vou ter a mãe que vai
levar ou buscar o filho na escola e passa com ele, para almoçar, ou tomar um
lanche, isso também acontece muito, o fato do “La da Venda” ter uma comida charmosa,
simples, bem brasileira sem grande estereótipos, isso atrai muito a criança, também
porque a gente tem coisas que são simples, gostosos que fazem parte da vida da
pessoa não é coisa estrambólicas, então durante a semana é muito isso. Já nos
finais de semana, tem muita gente, por exemplo esse pessoal que trabalha na
região e almoça lá com amigos, durante o fim de semana ele leva a família, isso
você vê muito acontecer.
É maior a frequência
de estrangeiros aos finais de semana?.
Sim, os estrangeiros
nos finais de semana frequentam muito,
desde o café da manhã – o nosso café da manhã é bem de fazenda, bem com cara de
vovô, então isso atrai muito estrangeiro que sai do seu hotel e vai tomar café
da manhã, que é bem legal, que ele está tendo um café da manhã com cara de avó
mesmo, oposto desse padronizados comum de qualquer hotel. Então aos fins de
semana tem estrangeiro o tempo inteiro, incrível, tem horas que você chega lá o
que você menos ouve é o português, e é uma salada, uma torre de babel, incrível,
porque eles adoram o fato do brasileiro que vai puxa conversa com as pessoas,
pois isso não existe isso em outros países, você chegar na mesa do outro e
puxar papo, não acontece, então isso é muito divertido, mas tem muita gente
assim, como é um lugar que aceita um pouco de tudo, então assim não tem
preconceito. É muito democrático, a família que vai comemorar no café da manhã
o aniversário da avó por exemplo, uma mesa de 14 pessoas. No domingo ou no
sábado meu marido foi lá e disse que tinha uma mesa grande tomando café da
manhã e era o aniversário de uma senhora. Então vai muito isso. Nos finas de
semana tem muita família, casal, muito estrangeiro e, durante a semana já não é
tão família porque as pessoas cada uma tá vivendo muito a sua vida, uns estão
trabalhando, então vai com amigos, ou com colega de trabalho ou as mães com as
crianças como já falei, tem muita mãe por exemplo que sai da escola com as crianças
passa lá para comprar um pão de queijo e um bolo e vai para casa. Isso é a
‘Vila’.
Redigido por Lígia Helena Nunes Rodrigues
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